quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Descoberta de uma Sepente

Tanzânia: descoberta nova espécie de serpente

Foto © Tim Davenport/WCS
A Sociedade para a Conservação da Vida Selvagem e o Museu da Ciência de Trento (Itália) anunciaram a descoberta de uma nova espécie de serpente venenosa na zona montanhosa da Tanzânia. A descoberta foi divulgada num artigo publicado em Dezembro na revista Zootaxa.

Segundo informação do artigo, trata-se de uma serpente preta e amarela com cerca de 60 centímetros de comprimento e que possui uma espécie de crista sobre os olhos.
Estudos genéticos dizem que esta espécie agora designada de 'Atheris matildae' se separou evolutivamente da sua parente mais próxima, a Atheris ceratophora, há 2.2 milhões de anos. Estas duas serpentes apresentam várias diferenças no tamanho e nas proporções do corpo.
Os autores do estudo - entre os quais se inclui Michele Menegon, do Museu de Ciência de Trento, Tim Davenport da Sociedade para a Conservação da Vida Selvagem, e Kim Howel da Universidade de Dar es Salaam - tentam manter em segredo o local onde foi encontrada a nova espécie, já que a serpente poderá atrair o interesse dos colecionadores ilegais.

Calcula-se que o 'habitat' do réptil está restrito a apenas um fragmento da floresta. Apesar de só agora ter sido descoberta, devido à indústria de madeira e de carvão vegetal da zona, a espécie já é considerada ameaçada e está a ser alvo de uma campanha de conservação que inclui um programa de reprodução.
A flora da região sudoeste da Tanzânia tem sido recentemente alvo de estudos em busca de novas espécies. O trabalho realizado pela Sociedade de Conservação da Vida Selvagem registou, em 2009, a descoberta do camaleão Kinyongia vanheygeni e, em 2006, do macaco Rungwecebus kipunji.


[Notícia sugerida por Raquel Baêta]

Movimentos de Massa

Movimentos gravitacionais de massa, tragédias de verão
Chuvas torrenciais em áreas de ocupação indevida, associadas a outros processos de desequilíbrio ambiental, levam a acidentes que podem ser evitados na maior parte dos casos, mas ainda produzem mortes e prejuízos materiais
por Jefferson Picanço
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Roosewelt Pinheiros/ABR

Excesso de chuva em área de ocupação de risco soterrou pousada e residências na enseada do Bananal, Ilha Grande em Angra dos Reis, na passagem do ano de 2009 para 2010
http://www2.uol.com.br/sciam/img/px_branco.gif
 O roteiro é conhecido. De repente, toneladas de solo, rochas e troncos de árvores, acompanhados do som que lembra um trovão, deslizam do morro. Pelo caminho, arrasam construções,soterrando e matando pessoas e animais. A repetição dessas catástrofes no Brasil, durante o verão, parece sempre uma tragédia anunciada. As autoridades, pegas de surpresa, atiram a responsabilidade sobre os próprios fenômenos naturais, como se a chuva fosse algo anormal ou as rochas do morro estivessem todas carregadas de uma estranha má intenção. Os cidadãos, enlutados e estupefatos, perguntam se essas tragédias poderiam ter sido evitadas e com isso pode ser feito.

Os movimentos de terra e solo que todos os anos provocam desastres nas cidades brasileiras fazem parte de um tipo de fenômenos naturais denominados movimentos gravitacionais de massa. Esses movimentos caracterizam-se pela dissipação de significativa quantidade de energia e pelo deslocamento de grandes massas de materiais terrestres, como rochas, solo, e por vezes troncos de árvores, sob a ação da gravidade.Os movimentos gravitacionais de massa têm geometrias, volumes e velocidades muito distintas entre si. Alguns tipos, como as quedas de blocos ou avalanches, são extremamente rápidos. Outros, como os rastejos, apresentam movimentos da ordem de centímetros por ano.

Numa paisagem serrana qualquer do sul-sudeste do Brasil, enxergamos a princípio somente árvores, pedras e solo. Mas, longe de ser estática, essa paisagem está sofrendo a ação de forças tectônicas, que criam o relevo, e está sob a ação de diferentes agentes geológicos, como a água, o vento e os organismos vivos, que a modelam. A paisagem é o resultado desse somatório de processos no tempo.

A formação de solos é mais intensa em climas tropicais quando as elevadas temperaturas e as precipitações atmosféricas fazem com que as rochas sejam mais facilmente decompostas e desagregadas, num processo denominado intemperismo. O principal produto do intemperismo é a formação de uma espessa capa de material desagregado e poroso, que contém desde finas partículas até blocos parcialmente decompostos de rocha. Essa capa é denominada regolito, ou manto de intemperismo. O regolito é composto por saprolito, a rocha total ou parcialmente decomposta, e pelo solum, que é o solo propriamente dito.